sexta-feira, 13 de junho de 2008

Tudo no seu lugar...

Pois é... Passei um tempo com um bloqueio criativo dos infernos por causa do diabo de uma TPM. Mas, enfim, é uma dessas coisas que dá e passa. Graças a Deus.

Então eu tentei escrever um monte de coisas, mas nada ficava bom o bastante para alguém que estava enlouquecida com todos os incômodos que essa espera trás para nós, mulheres.

O que eu estava precisando mesmo era de um romance bem mamão-com-açúcar, desses que faz a gente dar suspiros involuntários a cada cinco minutos e, claro, isso se agrava mais se você é menina, canceriana e, ainda escreve em diários.

Eu estava passando, por acaso, em frente à casa de uma amiga minha e o que é que ela tinha lá? O quê? O quê? Uma pilha deles! Ai... Eu senti que o sangue quase voltou a circular pelo meu cérebro... Sensação maravilhosa.

Ela estava de saída para o cabeleireiro e me pediu que fosse com ela e, eu aproveitei pra cortar o meu também e tentar dar um jeito na arte pós-moderna que a Cineide fez na minha cabeça, na última Semana Santa.

Ficou tão lindo!!! Voltei a ter os meus cabelos de volta!!! Olhem só!

Antes: meus cabelos sufocados pelas amarras impiedosas dos elásticos de cabelo e TODAS as presilhas que eu conseguisse colocar.




Depois: livres e soltos ao vento, desfrutando de toda a liberdade que cachos lindos como estes têm o direito de ter.

Ficou realmente ótimo. Nem lembro quando foi a última vez que tive meus cabelos assim... Talvez deva fazer uns quatro anos. Bem antes de eu dar uma de louca e picotar todos esses cachos aí, bem curtinhos.

Mas a gente tem que fazer essas locuras de vez em quando. Afinal, eu tenho que aproveitar que minha mãe deixou eu decidir como cortar o meu cabelo, logo depois que eu fiz 15 anos!

Gente! 15 anos sob a ditadura-da-mamãe-só-apare-as-pontas-dos-seus-cabelos!! E olha que, cabelo é o que não me falta.

Agora, concentração e respiração... Mentalizem bem a imagem de uma criança magra (eu era ainda mais magra do que sou agora, podem acreditar, isso é inaceitavelmente possível) e enooooooooormes quantidades de cabelo chegando até a sua cintura, sugando todas as suas energias extras, que ela podia muito bem gastar, andando um pouco mais de bicicleta. Acho que agora eu entendo o porquê de eu ter que tomar todo aquele sulfato ferroso... Anemia que nada!!! Era o cabelo!!! A culpa era do cabelo!!!

Então, passando essa fase cabeluda da minha vida, tem os romances. Eles me ajudaram bastante nesses dias de introspecção e sonolência suspirativa.

Cada história linda... Eu sei, pessoas. São romances. Fantasias. Aquilo tudo é de mentira e a mesma história se repete a cada livro. Mas lembrando de novo, novamente, mais uma vez... tem aquele fato de eu ser menina e canceriana... lembram? Pois é.

Eu li um atrás do outro, sem me importar em fazer mais nada na vida e nem com o fato de que mamãe tem uma verdadeira adoração por esses momentos em que eu me isolo no quarto pra ler alguma coisa. É que ela sente minha falta, sabe? É. Mesmo que eu não tenha nada pra dizer, nem ela, o seu desejo é que eu fique sob a vista dela, pra ela sentir a minha existência ali, na sua frente. Não importa se eu tenho outra coisa pra fazer. Não. Porque ela se importaria?

É claro que ela não se aborrece mais, porque eu não tenho que estudar pro vestibular (coisa que eu deixava de fazer pra ler o que não ia cair na prova, inexplicavente, BEM mais agradável do que a história de Napoleão) e nem ela, tem que esconder meus livros e mentir, desavergonhadamente, dizendo que queimou todos eles, numa espécie de revival das fogueiras da Santa Inquisição.

Agora que não tem mais vestibular para atrapalhar a minha leitura... eu sei o quanto mamãe me ama. Porque mamãe me ama mesmo. Eu sinto isso toda vez que eu estou tranqüila e serena, deitada na minha cama, me deleitando com as palavras de algum dos meus livros e ela "carinhosamente" me diz:

- Lanussa!!! Tu tá lendo nessa posição, Lanussa?! Com essa luz, Lanussa?! Olha a tua vista!!! Tá vendo que tu não tá enxergando nada aí!!! (e prestem só atenção na contradição da frase...). Te levanta!!! Vai ler ali fora!!!

E eu, aperfeiçoando uma técnica milenar de bloquear a presença de outras pessoas do recinto em que me encontro (eu mesma elaborei essa técnica, hehehe), finjo que mamãe não está ali e continuo lendo. Então ela cansa e vai embora. Isso funciona. Durante alguns minutos.

Aí, no dia seguinte, ela volta, no mesmo Bat-horário, no mesmo Bat-local, abre a porta do quarto, coloca só a cabeça na porta e fica me olhando. Ela olha, olha, olha, olha... Eu sinto que ela precisa disso. De só sentir um pouco da minha presença. Eu não sei porque mamãe faz isso. Eu sei que ela sabe que eu não tolero... Ah! Descobri então porquê. Mães sempre fazem o que a gente não gosta, pelo simples prazer de dizer: "Eu tenho a força."

Fora esse negócio dos romances, eu trabalhei durante a semana e, hoje, sábado de sol, com um céu azul desses, eu vou dar aula de Inglês, de uma até cinco da tarde, numa sala, quatro paredes sufocantes, crianças barulhentas e adolescentes com o ego de um elefante.

Eu sei, eu sei... É um absurdo! Mas é parte daquele negócio de ir pro céu, depois.

É isso aí!

Um comentário:

Manoel Filho disse...

Domingão de sol e eu aquí, mais uma vez, pra fazer meu belíssimo comentário (menos Manoel, menos..hehe). Mas, enfim, porém, é isso aí (nossa, como eu sou bom em não dizer nada...rsrsrs)...

Eu também paro, vez em quando, para ler um livro. E quando eu faço isso, não permito que ninguém, ninguém me atrapalhe e, aos que ousam fazer isso, eu costumo ser muito ignorante. Eu me isolo por completo do mundo. Faço daquela leitura, que muitas vezes me inspira, me acalma, me acolhe a alma... o meu mundo.

Agora Lanussa, agora que você passou por esse período horroroso que é a TPM, trate de colocar masi um capítulo da novela. E, sobre tua aventura, você ainda está perdida na cachoeira?? rsrs

Beijos...