quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A meleca do orkut


Eu tenho orkut há quase dois anos. Ainda sou praticamente uma novata naquele troço que, às vezes, eu me pergunto pra que serve. Afinal, você cataloga os seus amigos e os guarda numa caixinha do lado esquerdo da tela do seu computador. A fotos deles ficam lá pra você lembrar que eles existem. Mas a verdade é que eles estão ali mesmo só pro outros saberem quantos amigos você tem e o quanto você é popular, porque você quase nunca se comunica com metade daquelas pessoas.

Bem, isso só vale pra mim e uns poucos que levam ao pé-da-letra, a palavra amigo. Porque tem gente que sai adicionando os amigos dos irmãos (com quem troca umas poucas palavras de vez enquando), o vizinho do final da rua (mesmo que quase não o veja), o amigo-do-primo-do-vizinho (porque a pessoa ouviu falar da outra e a outra ouviu falar da pessoa). Mora no mesmo bairro? Adiciona. Estuda no mesmo prédio da universidade? No mesmo campus? Na mesma zona da cidade? Adiciona.

Outro dia eu abri meu orkut e tinha um convite de um cara que eu nunca vi mais gordo, pedindo pra aceitá-lo como amigo. Então eu, movida pela curiosidade (peraí, eu sou mulher, né?), deixei um recado no orkut dele, perguntando de onde ele me conhecia. Eu fiz essa pergunta porque havia duas pessoas nos nossos amigos em comum e uma delas era esposa do meu primo. Ele me deixou outro recado pedindo pra adicioná-lo no msn a fim de me explicar melhor. E foi o que eu fiz.

Calma... Você deve estar pensando agora: "Cara, que menina burra! Isso aí é só estratégia dele pra conseguir o msn dela!" É claro que eu sabia disso. Só que, pensando nesse tipo de situação é que os caras lá que inventaram o msn, colocaram a opção BLOQUEAR. O que seria de mim se não fosse esse botãozinho (rsrsrs).

Bem, o fato é que, um dia nós nos encontramos no messenger e eu perguntei de onde ele me conhecia. Eu já tinha meio que uma idéia na minha cabeça porque, nós tinhamos dois amigos em comum e eles eram lá de José de Freitas, onde moram os meus avós e todos os parente que eu tenho e pra onde eu vou em alguns fins de semana e feriados. Putz! Mas eu nunca que esperava a resposta que ele me deu:

EU: "Então! Tu me conhece de onde?"

ELE: "vi vc no shop e depois te vi no orkut"

EU: "Me viu no shopping?"

ELE: "é no tere shopi" (ele quis dizer: no Teresina Shopping)

Puta que pariu!! O cara me viu por alguns minutos, passando no shopping (porque eu lembro que não fiquei nem meia hora lá) e achou que isso era uma justificativa bastante interessante pra me adicionar no orkut.

Eu sei, eu sei... Aquilo ali também serve pra isso. Conhecer novas pessoas. Mas o cara só me viu no shopping e me adicionou! Se eu for fazer isso com todas as pessoas que eu vejo na rua, eu vou dar um tiute naquilo. Até porque, aqui em Teresina isso é relativamente fácil já que sempre tem um amigo-do-primo-do-vizinho que sabe quem é você, então praticamente todo mundo se conhece.

Mas, me valendo do fato de que você pode fazer novos amigos, eu resolvi conversar um pouco mais com ele, pra ter mais certeza se ele ia ou não, pro porão dos bloqueados. E me arrependi quase que no mesmo instante. Porque o cara escreve ruim que só a gota serena.

Tá certo que é normal na internet (não deveria, mas é). Porém, errar a ortografia em uma ou outra palavra, ainda vai. Agora, mudar tanto a estrutura de uma palavra a ponto de você não saber o que o cara tá querendo te dizer, aí já é "demassssss". E o pior é quando você realmente descobre. "Arizia" pura e simples. O cara não sabe escrever o próprio idioma (ou está tentando inventar um idioma próprio) e ainda por cima fica conversando "miolo de pote".

É, essa não deu. Então ele foi vagar pelo mundo obscuro dos chatos bloqueados.

Claro que, mesmo com tudo isso, eu não quis parecer insensível, então deixei ele lá no meu orkut. A foto dele vai ficar lá por um tempo, até ele me esquecer um pouco e perceber que eu não faço mais parte dos amigos dele.

O orkut tem mesmo dessas coisas. Eu me pergunto todos os dias o porquê de eu não conseguir me livrar daquilo. Deve ser algum tipo de hipnose que eles fazem com a gente.

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